Pode parecer meio que a busca pela Terra do Nunca, mas é
parte de mim que eu ainda preciso encontrar. É o que de Peter Pan eu ainda consegui conservar, preciso de ir e passar longe um tempo ainda. Vai doer, vai
dar saudade, vou me ferrar uma porção de vezes, mas eu preciso... e eu sei que
preciso de correr antes de resolver parar e ficar. E depois ter que crescer,
vestir ternos caros e relógios antiquados. E a gente vai ter que se sentar em
mesas de departamentos e escrever relatórios e almoçar com tempo curto e dormir
oito horas por dia, tomar remédio e perder toda a vida que ainda existe em nós.
Blá, blá, blá, blá...
Posso parecer meio dramática, eu sempre sou, mas sei pode
acontecer.
Mas ir seria o que me manteria aqui, viva, recarregaria a
alma. Me faria quebrar uma serie de coisas minhas, restos que eu insisto em
guardar. E eu acredito que essa bagagem eu não adquiriria de nenhuma outra
forma, não com essa potência e intensidade.
Sei que a não ser os militantes da utopia ativa, não vão me
apoiar ou se quer entender. Mas eu preciso sentir a vida, preciso aprender com
o outro no lugar dele, preciso viver lugares e pessoas, preciso me desapegar
das coisas. Preciso me destruir e reconstruir. Eu preciso do que há além do que
meus olhos podem hoje ver.
"Quando você se vai, tudo que fica são as memórias você cria nas vidas das outras pessoas..."
[...]
"Eu gostaria de saber como você se lembra de mim?"
* (Filme: Um beijo roubado)
Eu prometo que não será pra sempre e também que ligarei quando puder, mesmo que seja só para ouvir sua voz ou para dizer que me lembrei de você em uma coisa boba que vi. Direi que senti saudades. E um dia te direi que resolvi parar e ficar em algum lugar.