quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Conto

*A atividade escrever um Conto sobre um Neurose Obsessiva, não sei se consegui atingir a proposta do que me pediram, mas eu gostei do resultado final do que escrevi, apesar da viagem (drrr claro que iria ter que ter viagem, era pra aula de psicanálise, com uma professora ótima, se não viajar não dá nem pra acompanha-la)

Se a perguntassem não sabia explicar como ele entrou em sua vida, de uma delicadeza agressiva nos olhos, talvez isso tenha o atraído. Ele, que para qualquer outro era alguém tão diferente, mas com Sofia não, era só alguém que dizia muito mais com olhar do que com palavras e em sua forma de ser havia algo que era mistério e isso a atraia de forma quase hipnotizante.
Antony na verdade era um vampiro, alguém que foi criado apenas por sua mãe, Ana, ela o ensinou a conquistar, venerar, respeitar as mulheres; como o seu pai nunca o fez, apesar de terem sido abandonados quando seu filho ainda era bem novo, Ana entendia que isso era uma perda sua e preferia ignorar o acontecido. Já Antony parecia ter absorvido toda a magoa que sua mãe sentiria, para si. Desde pequeno Antony sempre guardou muitos sentimentos, era muito intenso no que vivia e talvez por medo de perder, gostava de ter tudo sobre controle e até por isso era muito organizado.
Mas com Sofia tudo era diferente, Antony de longe a olhava poderia ficar horas só observando aquela que era a única mortal que o chamou atenção em tantos anos. E aos poucos foi entrando em sua vida com toda educação, gentileza e romantismo de forma direta e envolvente.
O vampiro acreditava que Sofia era um amor ideal e por isso fazia todas as suas vontades assim que percebesse e a maioria antes mesmo que precisasse pedir. A garota nunca soube que Antony era um vampiro, nem desconfiava e ele não achou que era algo que deveria ser dito.
Ele não gostava de comemorar datas exatas e fixas, adorava a surpreender como no aniversário de namoro de 2 anos 4 meses e 16dias, e em outras datas aleatórias, dizia ser por que todos os dias em que se quisesse comemorar deveriam ser comemorados.
Sofia antes de namorar saia com bastante frequência, porém Antony acreditava que quando se juntava com as amigas ela iriam falar de outros homens e criticar as falhas de seu namoro, no inicio Sofia resistiu, mas ele não gostava delas então tentava ocupar todo o seu tempo que podia para que ela nem tivesse vontade de sair com outras pessoas.
Um dia Antony não ligou mais, sumiu por mais de 2 semanas, quando se viram, pouco quis falar com ela, sentado ao seu lado e quando Sofia o olhava ele parecia só pensar, outrora de longe ele a olhava, a observava.
- O que ta acontecendo?
- Nada.
- Eu fiz alguma coisa? Você está chateado?
-Não eu tô normal, eu sou assim...meio estranho.
-Você esta mordendo seu lábio e você só faz isso quando está ansioso, nervoso. O que está acontecendo?
-...

Já não havia desejo nos olhos dele, já não havia mais nada. Sofia havia se transformado em uma pessoa submissa naquilo que acreditava ser o desejo de Antony, mas ele se apaixonou por um alguém que não era esta Sofia, e sim por aquela que era determinada,que tinha agressividade nos olhos e vontades próprias.
Antony achou melhor se afastar, não gostava de terminar namoros, não queria vê-la triste, não queria ter certeza que ele era responsável pela tristeza que ela estava sentindo, achou melhor apenas ir e assim sair da sua vida. Afinal ela não era o “amor ideal” que ele acreditava ser, ela só era mais um alguém que deixou de ser quem por um dia ele veio a se encantar.

*Esse texto me lembra coisas que eu gostava de escrever, onde os personagens eram partes de uma gama de pessoas que passaram pela minha vida. É uma das coisas que é bom saber que ainda tenho a capacidade de fazer, mesmo sem prática, infelizmente. (Esse é um dos assuntos que quando eu puder quero escrever sobre)
*Ainda estou sem Internet, por isso não posto a algum tempo...