sábado, 20 de agosto de 2011

"Palavras de futuro bom..."

Não quero mais brigas, não quero dores evitáveis e preocupações menos importantes.

Essa agora é minha vida, aquela que evita crises, mas que para sair disso meio que se isola. Sem problemas.

Não que eu tenha perdido o contato com “os meus” não eles ainda estão por ai e os bons por aqui também, mesmo não sendo tão próximos assim. A dor e a confusão ligam muitas, muitas pessoas, mas hoje não quero que ela me ligue a ninguém. E não que eu não goste deles, como já disse aqui, mas são momentos diferentes. Além do mais se você socorrer alguém sempre, em todos os momentos de dor, ela não aprende, já que você está sempre lá para sanar a dor dela.

Quero ficar com o meu silêncio do meu apartamento, quero ouvir boas músicas e quando bater a vontade estar em boas companhias. Gente que queira estar por estar, gente que queira viver e enfrentar, chorar, mas depois se erguer, tacar o foda-se e viver.

Quero não precisar escolher, quero viver minhas vontades e dar gargalhadas e mim. Quero ver bons filmes, reunir e cozinhar bebendo vinho, quero olhar mais para as pessoas, quero reaprender com as crianças, me reenergisar e me permitir com os adolescentes, trocar e viver com os adultos.

Quero resolver também de uma vez ser mulher, mudar de forma e melhor me apresentar, quero algumas roupas e algumas bobagens(que acabam saindo meio caras), quero mudar o meu cabelo, quero voltar a gostar do hoje. Quero aprender a construir sentimentos e historias junto, sem mais figuras de linguagem.

Quero me resolver e ainda assim quero voltar para a terapia.

Quero conseguir passar por esse ultimo ano de curso, quero conseguir um bom emprego, me reinventar e ainda lidar com o inesperado. Quero entender a importância do dinheiro, mas continuar a não viver em função dele.

Quero dançar, aprender mais a ser palhaço e a fazer teatro. Ser mais dona da minha vontade, viajar. Quero aprender a tocar instrumentos e quem sabe poder ter um cachorro. Quero voltar a pular na cama elástica e ser ridícula. Quero não brigar tanto, não me preocupar tanto...

Quero querer o que eu bem entender ou quiser.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Todo carnaval tem seu fim..."

É preciso ter coragem para se escutar algumas coisas. E nós nem sempre temos, é automático a irritação, desconforto, vontade de sair, desculpas, brigas ou discussões.
Eu aprendi nessa vida que algumas coisas são inevitáveis, algumas relações acabam com o tempo, inicio-meio-fim, mesmo as intensas.

Em uma aula, falávamos de amigos que se tornam quase irmãos e que fazem quase tudo junto durante a vida acadêmica, mas que no fim cada um toma seu rumo, que infelizmente as pessoas se distanciam, às vezes por mais que se gostem e tentem, isso acontece...eu tenho uma amiga assim e que escutar isso eu sabia da possibilidade de que isso poderia também ser comigo.
Tenho amigos de muitos anos, amigos que mantive contato mesmo sem vê-los a muito tempo e com uma distância enorme, amigos de outras épocas que os mantenho com peso na minha vida, amigos que não vejo por longos períodos mas quando nos encontramos parece que nada mudou. Mas também amizades que perderam sua essência, não sabemos mais nada da vida uns dos outros e nos tornamos meros conhecidos.
E hoje no ultimo período da faculdade, vejo isso acontecer, já não nos divertimos mais como antes, já começamos a não nos falarmos com a leveza de antigamente, já não podemos zuar e rir uma da outra como tanta liberdade, não saímos e apenas curtimos a companhia uma da outra; e às vezes tudo fica até meio profissional. Pode ser que seja normal, um jeito que arrumamos para não ficar tão duro quando realmente terminar, ou que talvez os interesses tenham mudado e essas mudanças sejam necessárias... Eu não sei.
Não gosto dessas coisas, mas é preciso respeitar os movimentos. O curso de Psicologia também não é muito fácil, não é nada fácil conviver tanto com gente que talvez te entenda tanto, não é fácil escutar algumas coisas e assim se para de falar e de ouvir, até de perceber...
Eu não sei o que vai acontecer nos próximos meses, não estou dando nada como acabado, mas eu vejo o movimento. Fazemos várias atividades juntas, continuamos convivendo...
Não sairei com mágoas, sem maus-dizeres, sempre tento guardar o melhor dos meus amigos(mesmo aqueles que já não são), sinto saudades mas eu sei que não dá para voltar no tempo, porque tudo acontece em um tempo e contexto específico.

A ela um dia vou dizer: obrigada por ter me feito sentir no meu lugar nesse final de curso, porque era muito difícil morar aqui sentindo sempre que os meus estavam longe, eu pude por esse tempo em que convivemos curtir e poder estar aqui, querendo estar aqui; obrigada por ter me dado força, ter me escutado, me permitido te dizer coisas sobre o que eu achava de você e suas potencialidades... Que você não se sinta mal por não me ter mais tão perto, não existem culpados, existe vida e ela é assim mesmo. Grandes amizades também escorrem entre os dedos. Mas nós brincamos bastante de ser feliz.

Eu sei que meu silêncio as vezes incomoda, mas é meu tempo de me adaptar as coisas...