Nunca fui eximia aluna nas aulas de português, traumatizada com ditados e mesmo assim cometo infinitas gafes ortográficas até hoje(e por isso quase tudo no meu computador tem corretor ortográfico), nunca conversei por cartas com ninguém, a escola este foi o tipo de redação que menos me chamava atenção...
Sempre fui muito espontânea com as pessoas a minha volta(com suas devidas proporções) e isso fez com que eles acreditassem que eu me comunico bem, nossa quanto engano. Eu sou daquelas que depois que passa, repensa a situação e percebe que deveria ter dado tal resposta, feito outra coisa... Eu sempre acho que poderia ser melhor, ter feito/falado diferente, aproveitado mais.
Sempre gostei de escrever sobre mim, fazer planos(sou obsessiva e vivo fazendo listas), mas nunca tive saco(disciplina) para manter um diário, se quer uma agenda. O tempo me calejou com algumas situações, a dor faz com que a gente se cale. Houve um tempo que eu pensava que precisava ser dura e era. Mas aqui dentro, os não ditos gritavam. As coisas pioram com o tempo, conforme fui aprendendo a detestar os “joguinhos amorosos” e quando admiti que havia coisas que precisavam ser ditas e que isso mudaria completamente as coisas.
Assim eu comecei a escrever o que eu queria dizer a aquele alguém, foram uma porção de e-mails trocados...sem regras. Acho que as coisas mais bonitas e sinceras que eu consegui sentir, estavam ali. E eu fico feliz por ter sido para quem foi, foi o melhor de nós dois. E agora não falo só dos textos em que trocamos, falo da vida, acho que fomos sim o melhor que pudemos ser naquele instante das nossas vidas e escrever me ajudou muito nisso.
Esse blog não foi feito para substituir isso, ele foi feito para falar das inúmeras coisas da minha cabeça que se misturavam de forma atemporal e que precisam sair, é o que a de mais intenso na minha cabeça sobre o que eu penso e sinto. Sabe-se lá exatamente o porque, isso me faz bem e eu sei que posso voltar aqui sempre, ao meu tempo, a minha vontade ou necessidade.
Escrever me faz expressar tudo aquilo que por algum motivo não é dito, isso nem sempre sai de uma forma bonita. Não consigo fazer isso com todo mundo, acredito também não ser necessário, pra dizer a verdade esse ano até tentei escrever a outro alguém e fiquei feliz (por mim mesma) por ainda conseguir(processo ainda bastante doloroso), mas não foi entregue já que as palavras escritas ali perderam o sentido e espero que se percam com o tempo. O importante foi ter feito...
E agora eu sigo, sigo cada vez mais me encantando com as palavras daqueles que conseguem se expressar por mim... Escrevendo das minhas mil maneiras, me projetando, tendo a oportunidade de ser sinceramente eu, as vezes quase como uma necessidade. Logo agora que eu sinto perdida em tudo isso de ser ou estar tanta coisa. Isso tudo vai melhorar.