quarta-feira, 6 de maio de 2009

O mundo real e minhas modificações.

Eu nunca sofri diretamente um preconceito por conta de ter cabelo colorido, piercing e alargadores, não no qual eu tenha perdido oportunidades, apenas me renderam olhares(dês dos curiosos aos de repugnação e outros de admiração), morando em uma cidade pequena de 80mil habitantes era tudo bem mais chamativo quando isso lá é ainda mais incomum, não que a onde eu moro, 300mil habitantes, também não aconteça com menos freqüência dessas coisas. A não ser que me desrespeitem ou “sequem” eu não me importo que olhem, que não gostem(respeito que tenham opiniões diferentes da minha) desde que não me ofendam, cada um tem o direito de achar o que quiser. Mas em todo caso, respeito e desconfiometro, sempre é bom obrigada!
Minha mãe respeita muito essas coisas em mim, não acha bonito, não elogia, só respeita. Meu pai de vez enquando reclama, diz que isso é uma agressão ao meu corpo, que as pessoas vão me excluir por conta disso e tal, mas ele mesmo já disse que jura que isso é uma fase, que uma hora vou para o mundo real e vou ter que me adequar aos padrões sociais. (não obrigada!)
Tenho plena consciência que eu ser assim pode me atrapalhar profissionalmente, infelizmente, mas lamento desapontar quem espera a minha desilusão, enquanto eu puder sustentar quem eu sou como eu gosto, eu irei fazer. Eu só acho que a estética (tanto na beleza/aparência, quanto a forma de se vestir, gostos pessoais ou modificações corporais) de forma não extrema(bom senso sempre!) não deveria influir na qualificação das capacidades de cada um.
Hoje me indicaram para participar de uma pesquisa científica como voluntaria, em primeiro momento, só bons alunos interessados foram indicados. A orientadora disse que me imaginava totalmente diferente. Achei que ela quis dizer "mais normal", mas tudo bem, não me senti ofendida de forma alguma, na verdade achei engraçada a situação. Quando sai da sala fiquei muito animada com a idéia toda e por ter sido chamada exclusivamente por mérito meu e que mesmo não sendo o comum da realidade daquela professora ela não me desqualificou por não achar minha aparência comum(comum na minha faculdade é andar de botina). Conseguir essa indicação por mérito, mesmo que não de em nada, me deixou orgulhosa de mim mesma, é um reconhecimento de esforço e interesse no curso. É a comprovação de que eu tenho capacidade pra ir além do básico das minhas aulas. É quem sabe um estimulo pra uma teoria minha: “se um dia eu for uma profissional foda vão ter que me engolir o quanto modificada eu quiser ser”. (tomara)

Um comentário:

jaki candido disse...

ah faço minhas suas palavras, escreve muito bem viu :)
beeijos!